quinta-feira, 20 de junho de 2013

crônica

“Aqui tudo parece que é ainda construção, e já é ruína”. 

Vivemos num país maquiado, em que se as coisas “parecerem” benfeitas, já está ótimo. 

Dá pra confiar na espinha dorsal do Brasil? 

Há que se ter cuidado com infiltrações. De todos os tipos, aliás. Com a infiltração de médicos e 

enfermeiros sem ética dentro de hospitais, que desligam aparelhos que mantêm vivos os pacientes, 

a fim de “desentulhar a UTI”. Com a infiltração de políticos desonestos nas entranhas do poder, 

que mesmo acusados por crimes diversos assumem cargos de presidência de instituições. 



Por fora, bela viola. 

O Brasil hoje é visto como um país moderno e estável. É uma aposta mundial considerada certeira, 

um candidato VIP a juntar-se às superpotências. 

Mas como andará o esqueleto desse país que se declara tão sólido? Na verdade, o Brasil é um 

jovem com osteoporose precoce, um país descalcificado, que fica em pé à custa de aparências, 

comprometido com sua imagem pública, mas que segue com uma infraestrutura em frangalhos. 

Aqui pouco se investe seriamente em educação, em treinamento de pessoal, em qualificação de 

mão de obra, em fiscalização, em responsabilidade social, tudo o que alicerça de fato uma nação. 

Nossa mentalidade “espertinha” faz com que não gastemos muito dinheiro com o que fica oculto, 

com o que não dá para exibir. 

O resultado? Por dentro, pão bolorento.


(Infiltrações - Martha Medeiros)

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