A prece é entrega, confiança e humildade. Entregando seu problema, o fardo fica mais leve. Confiando em alguém maior você mostra fidelidade ao seu amor e com humildade, se prostra sob a sua tutela, mostrando a ele que seu amor é maior que as adversidades do mundo!!
A prece deve ser entendida como um canal divino para comunicação com o Pai. Ela não deve ser repetida, nem decorada.
Se pensarmos em Deus como um pai amoroso, compreensivo e que se interessa pelo nosso crescimento, porque iríamos falar sempre da mesma forma com ele?
Como poderíamos esperar uma resposta de alguém se ficamos repetindo sempre as mesmas palavras?
A própria entrega abre o coração, permitindo que o sopro divino penetre na sua alma e traga a resposta sussurrada pelo criador.
Pense na prece como uma conversa. Quando conversamos com grandes amigos ou com nossos familiares buscamos uma forma carinhosa de falar. Com Deus não pode ser diferente. Imagine que está conversando com quem mais te ama, com quem te carrega desde o inicio da sua escalada evolutiva, pense que cada palavra é ouvida por quem mais torce para que você vença, conquistando os tesouros imortais da alma.
No início de nossa caminhada espiritual, quando achamos que é um favor a Deus os míseros momentos em que decidimos orar, fazemos uma troca mercenária, ou pedidos descabidos relativos a tolas felicidades materiais, a valores e tesouros transitórios.
Como podemos achar que pequenos entraves materiais, notas na faculdade ou no colégio, entrevistas de emprego, jogos esportivos, desentendimentos familiares ou toda sorte de problemas que têm relação com nossa personalidade TÊM que ser resolvidos por ele?
Por que cremos que aquele que nos criou para nos transformar em anjos deve perder tempo com tantas coisas pequenas e sem valor? Será, que em pequenos momentos de reflexão, quando paramos de pensar que somos o centro do universo, achamos que os problemas são possibilidades de crescimento?
Será que sem problemas não estagnaríamos na acomodação? Será que hoje, devido a toda sorte de dificuldade que passamos, não nos tornamos melhores, pacientes e muitas vezes tolerantes para com os outros?
Porventura não existiria algo de divino nas dificuldades ou nos problemas? Por que muitos sorriem ao conversar com os amigos sobre momentos marcantes da sua vida, onde o seu limite foi posto a prova e a superação o tornou mais forte e mais confiante?
Para aqueles que entendem o valor das provas no mundo, existe um sorriso com um ar de compreensão; estes já não se revoltam mais, pois sabem que os espinhos que fazem as lágrimas rolar pelo rosto somem, tudo passa, tudo sempre passa. O coração que um dia se revoltava ou que só enxergava a si próprio, dá lugar a um coração tenro, carinhoso e caridoso.
O leitor amigo pode achar então que estamos dizendo que temos que sofrer calados, acomodados! Não é isso! Muitos que se espiritualizam acreditam que têm que sofrer para expurgar suas mazelas e alcançar a felicidade. Enganam-se, porque o sofrimento é mal necessário para o despertar do homem novo, mas de forma alguma é a única forma de alcançar a felicidade eterna.
Voltemos à prece.
O ponto que queremos chegar é que a prece realizada em favor próprio deve ter como objetivo angariar forças para continuar a lutar contra as dificuldades.
Cada um deve pedir para entender aonde o criador quer levar. Tentar enxergar na vida, nos problemas, nas doenças o que ele quer dizer. Buscar o que ele deseja de você.
Fortalecendo seu coração e pedindo forças para continuar a caminhada você se torna cada vez mais sintonizado.
Curvando-se ao amor universal você sobrepujará as dificuldades da vida como um rio que passa por pedras, troncos, desce montanhas e, nesse percurso, cria todo um ambiente de vida e amor a sua volta.
Tornando-se um canal de amor você também se tornará uma fonte de bênçãos e será mais um a doar os "talentos" de Deus.
E aonde chega a prece? Quem ouve nossas preces? Quantas vezes devemos orar por dia?
Vamos abordar cada uma das questões levantadas acima!!
Carlos Torres Pastorino, o grande autor do livro Técnicas da Mediunidade, nos fala que aquele que sempre ora, se mantém em uma faixa de vibração superior, acostumado a se manter em estado de prece.
Muitos realizam preces fervorosas no momento de desespero. Elas atingem uma amplitude grande, mas não conseguem se manter porque as pessoas que as realizam não têm condição de manter esse padrão vibratório.
Existem três momentos básicos relacionados à prece:
- pré-prece: é a concentração, a preparação para o mergulho, o fechar dos olhos.
- durante a prece: a entrega, o próprio mergulho.
- pós-prece: é o ato de sentir as vibrações, parar e pensar sobre o que falou, o agradecimento. Abrir os olhos e voltar a fazer o que estava realizando antes da prece siginifica não ouvir a resposta daquele a quem você chamou.
Quanto mais se dissocia a prece do eu inferior, ou seja, da personalidade transitória, mais amplo se torna seu alcance no plano espiritual, chegando até o coração daqueles que nos amam e que olham por nós, sejam eles parentes, mentores, protetores, anjos e mestres.
E quem ouve nossas preces? Isso depende do padrão vibratório dela. Quando oramos por nós, de forma egoística e ambiciosa, cremos que somente a própria pessoa e os obsessores e espíritos de baixo padrão espiritual que se encontram vinculados, se afinizam com esse padrão vibratório. Quando elevamos esse padrão para nos fortalecer e seguir em frente na áspera luta pelo crescimento espiritual, chegamos até os parentes, guias, mentores, protetores, que nos auxiliam na tarefa de melhorar nosso padrão espiritual.
Quando transmutamos nossa personalidade e nos ligamos ao todo, nos vinculamos a outro tipo de vibração, o amor universal! Destruímos as barreiras do egoísmo e descobrimos que estamos ligados por uma corrente, onde todos caminham juntos.
Não vemos mais os problemas da humanidade e do vizinho como dificuldades DOS OUTROS, passamos para a o nível de consciência do universal, onde vemos amor em tudo que foi criado por Deus .
Nesse tipo de prece a entrega é total e a emoção só pode ser descrita por aqueles que realmente se entregam ao amor fraterno pela humanidade.
Embora nossa prece em favor do próximo e da humanidade não seja igual à de Francisco de Assis, de Gandhi, e de tantos outros luminares, acreditamos que ao orarmos pelo coletivo, caminhamos rumo a esse amor humanitário que parece estar tão longe de nós.
E quantas vezes devemos orar? Toda hora? Qual é a periodiciade? Aqui chegamos a um ponto interessante de reflexão!
Na nossa casa, durante as reuniões de cura e de aprimoramento mediúnico, sempre aconselhamos a realização de pelo menos duas preces diárias e uma terceira, sobre a qual trataremos ao final do artigo, realizada diariamente às 18h00.
A primeira prece deve ser realizada ao acordar. É importante agradecer mais um dia de luz, um novo dia para caminhar e se melhorar. Pedindo forças e proteção para o dia que chega, você atrai os bons fluidos dos amigos espirituais, renovando suas forças.
Ao dormir é MUITO importante orar. Isso porque ao dormir, geralmente ocorre o que chamamos de desdobramento astral: saímos em corpo astral, atuando em outro plano e realizamos as mais diversas atividades e encontramos amigos ou adversários. Dependendo dos seus objetivos e padrão vibratório você é atraído para lugares agradáveis ou desagradáveis.
Por isso é muito importante pedir proteção e ajuda ao adormecer, solicitando àqueles que te protegem o amparo espiritual para não sofrer o assédio das entidades do astral inferior.
Além dessas duas preces, devemos orar sempre que nosso coração pedir, acreditando sempre na intuição.
Um dia, quando nos libertarmos das ilusões do mundo, transformaremos nossos pensamentos, atos, palavras e sentimentos em verdadeiras preces ao criador. Jesus foi exemplo disso, fez da sua história a mais bela prece de entrega e fidelidade ao criador.
A prece não está ligada à religião, porque se assim fosse diríamos que Deus ouve mais a uma religião que as outras, o que o transforma em um homem parcial, com preferências. Para o Absoluto o que importa é o Amor, a Entrega.
Refletindo sobre o Deus vemos que seus atos são verdadeiras preces de amor-criador. Medite sobre a natureza, sua beleza e harmonia e verá que as bênçãos da natureza estão disponíveis para todos. O perfume da rosa pode ser sentido por qualquer um! A cachoeira é obra de arte disponível a todos, e seu banho é presente para toda sorte de criaturas!
Devemos também falar aos irmãos que não devem ser realizadas preces que CHAMAM os desencarnados, PRINCIPALMENTE quando eles acabam de falecer.
O momento do desencarne é muito difícil para a maior parte de nós: alguns ficam em sono profundo, outros são atraídos para o umbral e muitos nem sabem que morreram.
Sem o corpo físico o espírito fica mais sensível aos desequilíbrios emocionais. Quando um parente ou amigo chora e se desespera pelo recém-desencarnado as vibrações chegam até ele como dardos, levando- o a grande sofrimento.
Se queremos bem a quem nos precedeu na grande jornada, então devemos orar por ele, pedindo que seja protegido e amparado... e basta!!!
Outro problema de chamar por desencarnados é a obsessão: o espírito é atraído para junto de (de quem o chamou ?). Se ele não possui entendimento espiritual suficiente, sua proximidade se tornará cada vez mais nociva, pois ele absorverá a energia do encarnado e seu psiquismo desequilibrado influenciará sobre aquele que o chamou.
É por esse motivo que temos exemplos de filhos ou netos que ao chorarem e se angustiarem pelos parentes desencarnados passam a sentir as dores ou angustias que o falecido possuía.
A explicação é simples: o espírito foi atraído e se encontra ali, desequilibrado, sofrendo junto ao parente que o chamou sem cessar. Depois de algum tempo juntos, ocorre como se fosse uma simbiose, e o encarnado passa a sentir as dores do desencarnado.
A atração que os encarnados realizam sobre os desencarnados é bem mais comum do que se imagina, e, muitas vezes, impede que o espírito siga adiante, se libertando das algemas que o ligam ao plano físico.
Quando isso acontecer, a pessoa deve ser levada a um centro espírita sério para fazer um tratamento de desobsessão e, se possível, de cura.
Fechamos esse artigo com a terceira prece mencioanda antes, a prece em favor do planeta, pela sua aura, pela sua harmonia e pela sua melhora como um todo. Essa prece é uma corrente trazida a nós por Narcí Castro de Souza , presidente da nossa fraternidade, em seu livro "Sob a Luz da Oração".
Esta é realizada pelo nosso grupo diariamente, às 18h (ou em outro horário que a pessoa puder).
" Senhor,
Do centro de PUREZA que TU és, que a Chama Vileta purificadora se irradie para todo o Universo! (Visualize o Universo, o Sol, a Terra e você mesmo irradiando do seu coração um sol de Chamas Violeta). Que haja PUREZA entre nós Teus filhos na Terra!
Senhor,
Do centro de AMOR que Tu és, que a Luz Rósea do Amor se irradie através de toda a vida manifestada (Visualize o Universo, o Sol, a Terra e você mesmo irradiando do seu coração um sol de Luz Rósea). Que haja AMOR entre nós Teus filhos na Terra!
Senhor,
Do centro de PAZ que Tu és, que a Luz Branca da Paz se irradie através de todos os teus filhos (Visualize o Universo, o Sol, a Terra e você mesmo irradiando do seu coração um sol de Luz Branca com a palavra PAZ em letras douradas no centro). Que haja PAZ entre nós Teus filhos na Terra!
Senhor,
Do centro de SABEDORIA que Tu és, derrama-Te em Luz Dourada para todo o Cosmos! (Visualize o Universo, o Sol, a Terra e você mesmo irradiando do seu coração um sol de Luz Dourada). Que haja SABEDORIA entre nós Teus filhos na Terra!
Senhor,
Que a PUREZA, o AMOR, a PAZ e a SABEDORIA se estabeleçam na Terra.
Assim Seja! "
