terça-feira, 23 de abril de 2013

crônica

Ao casal, nas bodas de ouro (20/09/2006)

Boa noite,

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a todos os presentes, familiares e amigos, que, em plena quarta-feira à noite, estão aqui conosco para festejarmos os 50 anos de casados de nossos pais.

Agora, falando a voces, pai e mãe:

Realmente, é uma marca admirável..... Que a felicidade, o amor e o respeito entre vocês possam ser contagiantes a todos os casais do mundo!

Ouro é o metal escolhido para simbolizar uma convivência feliz e construtiva como a de vocês, porque todos os que convivem com o casal maravilhoso que vocês formam percebem a riqueza desse amor dedicado que sempre tiveram, um em relação ao outro.
A felicidade que esse amor de meio século irradia é algo muito maior, pois nota-se que foi construída no dia-a-dia, com base num esforço solidário e comum de enfrentar, com esperança e dignidade, as dificuldades que surgem naturalmente, ao longo de uma convivência tão extensa.... E vocês transmitem sempre a esperança e a coragem!

Nesta data feliz, fica evidente que vocês sempre exerceram a tolerância mútua, sempre tiveram o cuidado de discutirem suas angústias, incertezas e desesperos, souberam transformar os obstáculos do caminho em pedras preciosas e, o que fica muito claro, é que vocês exerceram o amor em sua forma mais plena, pura e bela!
Por isso, vocês são um exemplo de união, exemplos de vida!

Foi em 1950 que tudo aconteceu.... e aqui temos duas versões......
Segundo o pai, a primeira vez que ele viu a mãe foi na esquina da Rua Deodoro...
Conta a mãe, que a primeira vez que o viu, foi na Praça Quinze, em frente à Catedral....
Podemos concluir que.... ou o pai viu primeiro a mãe, sem que ela o percebesse, ou a mãe viu o pai sem que ele a
notasse.... ou ambos não se lembram bem quando se viram pela primeira vez..... fico com essa última hipótese....
Contudo, trata-se tão-somente de um pequeno detalhe .....

HEDI e HURI. Nomes com apenas 4 letras... começando em H e terminando em I.
É muita coincidência......
Dizem que as pessoas que têm essa inicial são sensíveis, têm disposição para o trabalho e são voltadas para a familia e a religião.
HEDI – vem do grego – e significa suave, agradável..... e é exatamente o que ela é.....
HURI – COM “H” E TERMINANDO EM “I”.... só na bíblia..... e parece que é nome feminino.... as huri....

O que se sabe é que duas vidas há 56 anos se encontraram, se olharam e desse olhar nasceu um grande amor. Se escolheram, prometendo amor, e desse amor nasceu uma união de respeito e dedicação.
Assim teve início a história de voces dois!

Cinquenta anos de união completam, hoje, e muito caminhos percorridos, caminhos esses que, com certeza, nem sempre foram fáceis e serenos, mas que voces decidiram percorrer juntos.....
Com muito amor construíram coisas belas e passaram a ver o mundo a dois.

Depois, nasceram os filhos: Lilian, Márcia e Fernando.
Quanto ao pai, podemos recordar aquela figura, sempre de branco, nos intermináveis plantões, da constante energia e alegria, sua coleção de gálaxies, as compras gigantescas de frutas, o nosso porto seguro... sem esquecer..... suas tentativas de contar as piadinhas mais sem graças do mundo....

Em relação à mãe, aquela dona do lar, linda, doce, nos finais de semana adotava um avental na cozinha e aquele cheiro de algo muito saboroso, assado no forno, começava a cheirar.... as quadrinhas feitas e recitadas a cada evento familiar, aquela imensa mesa e os lanches, à tarde, com o pão quentinho da Padaria Foguinho, sua delicadeza e carinho com todos, suas preocupações nas madrugadas infinitas..... e ela firme e forte na janela da Av. Hercílio Luz nos esperando..... eu e o Fernando, é claro, porque a Lilian, com certeza, já havia chegado...

O ritual das sextas-feiras, o cheiro da casa, misto de cera pós-faxina com o aroma das flores: palmas brancas e vermelhas, compradas na floricultura da Praça Quinze e espalhadas pelos diversos vasos da sala.

Nossa família, as viagens nas férias, a coragem de realizar as grandes viagens ao exterior – NOSSA HERANÇA - o verão em Cacupé, a lancha, o esqui, os passeios....

Depois vieram os netos: Guilherme, Felipe, Leonardo, Leandro, Bárbara, Daniel e Lucas.

O que vemos em voces é vida, é paz, e é, sobretudo, felicidade para nós e para todos os que os acompanham nessa caminhada.

Contemplando vocês, sob a vidraça do tempo, conseguimos ver a beleza, em toda a sua plenitude. Dois seres, companheiros de uma mesma jornada, confidentes de todas as alegrias e sofrimentos e amigos de todas as horas.

Nós, filhos e netos, e mais os que ainda virão por aí ..... agradecemos a vocês esse viver ternura, esse respirar felicidade, esse aprender serenidade, esse existir intenso, esse amar pra sempre, mesmo diante dos duros golpes que a vida lhes surpreendeu.

Juntos, pedimos a DEUS que os abençoe e O agradecemos por nos permitir sermos frutos desse amor de aproximadamente 432.000 horas e 18.000 dias.
Ainda, nossa homenagem a todos aqueles da família, que hoje nos assitem sob outro ângulo, e que, com certeza do céu estão iluminando a noite de hoje:
Eduardo (nosso irmão-anjo), vô Mendonça, vó Mariquinha, tia Aida, tia Ida, tio Fernandino, tio Jamblico, tio David, Sandra, vô João, vó Olga, tio Hélio, tio Norberto e Hélio....

Por fim, cabe lembrar que só mesmo quem ama consegue celebrar meio século de vida em comum
Mais uma vez, parabéns aos dois e obrigada por serem nossos pais!
(Márcia Mendonça Ruhland)

Nenhum comentário:

Postar um comentário